sábado, agosto 21, 2010

Os ratos da Berlenga -

Respondendo a José Reis...

Caro José Reis,

O problema não são os ratos, mas as pessoas que não deviam ocupar em excesso (supostamente apenas 23 tendas ali deveriam estar) um espaço cujas limitações são óbvias. Os ratos apenas vão ao cheiro da comida e não são cumpridas regras elementares a ter quando se ocupa um lugar natural. Se formos acampar em África, na Savana, não matamos primeiro os leões...

Já agora, uma população natural só é uma praga quando o seu crescimento populacional é superior ao naturalmente esperado, de forma a colocar em causa as outras populações naturais. Normalmente, a origem de uma praga é antrópica, como por exemplo as gaivotas. Não é o caso dos ratos da Berlenga.
Mas SE FOSSE, teria que ser controlada, não por "chatear" os humanos, mas por colocar em perigo a biodiversidade de uma Reserva Biogenética do Conselho da Europa.

Não nos podemos esquecer que estamos numa Reserva Natural, que a própria Câmara considera tão importante que a candidatou, embora sem sucesso, a Reserva da Biosfera. Conforme dizia, teria que ser controlada, mas por métodos cientificamente adequados, sem bromodiolona, um anticoagulante perigoso e proíbido internacionalmente no controle de populações naturais. Repare que o controle que se está a fazer não tem em conta o sexo dos ratos, o "rácio" entre machos e fêmeas abatidos, colocando em causa o equilíbrio da população.

E desta população pouco sabemos, mas sabemos que nos ratos são as mães que tomam conta dos filhos. Apesar de ainda não sabermos muito, temos indícios de que na Berlenga também os pais cuidam dos filhos em cooperação com as mães. Os indícios são poucos, mas a ser verdade será o único sítio NO MUNDO onde isto acontece com o rato-preto.

O Estado português assumiu perante a União Europeia que a Berlenga era uma Reserva Natural. Contudo, permite que se ultrapasse a capacidade de carga humana, não faz vigilância consequente, não protege a Biodiversidade da Ilha. Ao invés, temos cada vez mais marítimo-turísticas a operar, à espera de fazer dinheiro. E isto é incompatível com a conservação da natureza.

Gostava de estar enganado, mas acho que alguém no ICNB e na Câmara Municipal de Peniche não conhece a história da galinha dos ovos de ouro...

quarta-feira, agosto 18, 2010

Estamos a viver a crédito do Banco da Biodiversidade... Até quando?

Acho que vale a pena lermos e ponderarmos... mesmo com todas as margens de erro que cálculos deste tipo possuem, por não conhecermos tudo, uma coisa é certa: o que conhecemos, e que permite estas contas, assusta...

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