sexta-feira, abril 22, 2011

Depois da decisão do MP madeirense, só resta processar a Igreja...

Acabei de ouvir atentamente a peça da SIC sobre o arquivamento do processo relativo à investigação sobre eventuais negligências na ocupação de áreas de risco na Madeira.
Ficamos assim a saber que as perdas humanas e materiais se ficaram a dever, exclusivamente, a acontecimentos naturais!!

E se o MP o disse, está dito! Mesmo que seja uma evidente conclusão errada, ou seja, uma mentira. Não é preciso ser-se Geólogo para vermos o que ainda está à vista em muitos outros locais, desta vez poupados. E este precedente, agora aberto pelo MP Madeirense, pode vir a ter consequências gravosas em ocorrências futuras, uma vez que a prevenção do risco em áreas de elevada perigosidade está muito aquém do desejável.

Por outro lado, perdeu-se uma boa oportunidade de mostrar cartão vermelho ao Governo Regional e, por extensão, ao da República (que também tem telhados de vidro), pois um processo em tribunal, com condenação por negligência no cumprimento do dever de prevenção e por inexistência de planeamento territorial adequado à sua vocação, era uma lição que ficaria para a História!

E já que estamos na Páscoa, se eu fosse advogado das vítimas, aproveitava para colocar um processo à Igreja... afinal, se foram as causas naturais, e pela natureza é Deus responsável, na impossibilidade de se processar esta entidade, processa-se os seus representantes na Terra... e chamava como testemunha de acusação, o Ministério Público madeirense.